Insonia: brincadeira dos Deuses

Nessas noites aonde o sono não chega.
É os pensamentos que dominam meu ser.
Brinco de ser o que nunca serei. Viajo ao mundo de Alice.
Troco conversa fiada com Fernando Sabino numa mesa de bar.
Fumo como uma cortesã francesa. Mergulho no inferno de Dante.
Sofro as dores de viva La vida tanto, que Frida pintaria um quadro
inspirado em mim. Sorrio por fora enquanto desmorono por dentro.
Sou aquela menina que anda sozinha, que sabe aonde quer ir,
mas não sabe como chegar. Brinco novamente de inventar.
Imagino as mãos do meu amado á me acariciar. A boca quente
que nunca mais eu pude beijar. Bebo uma água, sorrio em frente
ao espelho, jogo longe a roupa e mais uma vez estou a pensar...
Como o mundo seria melhor se as pessoas soubessem falar,
falar dos sentimentos, das dores, do sonhos... Falarem sem se pren-
derem a nada. A nenhum padrão que obedeça a ética mas mate o que
os homens chamam de amor; Melhor eu deixar como está e voltar
a ser a menina que precisa dormir, mas que hoje, não quer sonhar.